CONHECENDO AZAMBUJA

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sexta-feira, 21 de abril de 2017

Seminário de Azambuja: 90 anos. Por Pe. Eder Claudio Celva


Seminário, obrigado por tudo o que fizeste na vida das pessoas que passaram por teus caminhos!


A data de 11 de fevereiro de 2017 assinala marco singular para Brusque, nossa Arquidiocese de Florianópolis, nosso Regional Sul 4, a Igreja do Brasil, e porque não dizer – com humildade, sem dúvida – a Igreja Universal: a fundação do Seminário Menor Metropolitano da Arquidiocese de Florianópolis, iniciado na capital de Santa Catarina e transferido para o prédio do Hospital de Azambuja, em Brusque, em abril do mesmo ano. Voltar à memória desta longeva instituição, o Seminário, e lançar sobre ele nosso olhar retrospectivo, nos faz refletir sobre sua benfazeja atuação nesses 90 anos. Queremos passar longe do saudosismo barato, que nos faz “sentimentalóides”, mas antes fazer memória das maravilhas que Deus fez em centenas de pessoas – especialmente seminaristas – nessas décadas. Outro aspecto é a gratidão, ainda mais porque temos a missão de formar os seminaristas neste momento de impar ensejo comemorativo.
Não foi fruto do acaso a escolha de Azambuja – local meio inóspito; até o nome não soava bem – e instituir aqui a obra mais cara de um povo, de uma diocese que abrangia Paraná e Santa Catarina e depois em continuidade com a diocese de Florianópolis até o presente. Uma obra humana que deu certo, porque assistida pelo Amor de Deus, pulsante em cada vida humana que de alguma forma deu seu contributo à Azambuja.
Os noventa anos do nosso amado Seminário também faz-nos voltar para casa, a casa paterna da formação presbiteral em Santa Catarina, pois Azambuja foi o Seminário que inspirou, como a mãe, a criação de novas casas de formação pautadas em boa formação humanística e espiritual, haurida dos padres jesuítas, formadores do nosso primeiro clero autóctone.

Seminário: Que instituição é essa?

O Seminário Menor Metropolitano Nossa Senhora de Lourdes tem como meta prioritária o aprofundamento da vocação cristã e o discernimento da vocação presbiteral, levando em conta o ser humano, fornecendo-lhe educação abrangente em todos os sentidos. Para alcançar ao sacerdócio é necessário um longo caminho de formação preparatória que de forma permanente, continua depois da ordenação.
Noventa anos se passaram desde que o decreto do então Arcebispo Dom Joaquim criou o Seminário Metropolitano, obra fundamental para a vida da Igreja, na realidade arquidiocesana e brusquense. Para Brusque, a presença desta instituição é de importância ímpar. Para a sociedade foi fundamental a atuação dos Seminários na formação de muitos jovens, que, de tantas formas, foram sal e fermento no mundo.
Seminário é uma sementeira, onde cada seminarista é formado para, como uma planta, crescer no amor. Seminarista quer dizer semeador, aquele que vai semeando a boa semente do Evangelho nos canteiros de sua história, de sua vida, de seu ser, de sua – de uma – comunidade, para depois estar à frente dela. O seminário é o espaço necessário para o discernimento vocacional dos candidatos ao sacerdócio. Os primeiros passos acontecem no íntimo da pessoa, onde Deus trabalha amorosamente. Família e vida de comunidade ajudam muito no processo da decisão, discernimento e amadurecimento. Nesse inicio de caminhada não se pode deixar de mencionar a pastoral vocacional, o Grupo de Orientação Vocacional, que conduzem para o Seminário Menor (para os que estão ainda cursando o ensino Médio) ou para o Propedêutico (para os que já terminaram o ensino Médio, é uma bela inserção também preparatória!).
A Igreja oferece aos candidatos uma formação que envolva as seguintes dimensões: humano-afetiva, comunitária, espiritual, intelectual e pastoral-missionária. O seminário desenvolve um processo de cultivo, discernimento e amadurecimento da vocação dos que buscam o sacerdócio.
No Seminário Maior de Filosofia ingressam aqueles que já concluíram o Seminário Menor ou o Propedêutico. Os estudos filosóficos tem duração de três anos e representam um dos elementos constitutivos da formação.
Depois se faz teologia. Tem duração de quatro anos, e desde 1973 é cursada em Florianópolis, no ITESC – Instituto Teológico de Santa Catarina, sonho concretizado pelas dioceses catarinenses. Quando o curso de teologia foi reconhecido pelo MEC, nossa instituição de ensino teológico passou a denominar-se FACASC – Faculdade Católica de Santa Catarina.
Desde o ano de 2014, além de acolher os candidatos da Arquidiocese de Florianópolis, o Seminário de Azambuja também acolhe os candidatos à vida presbiteral da Diocese de Tubarão que iniciam o Curso de Filosofia.

Eternos Seminaristas

Em sua Exortação Apostólica Amoris Laetitia, o papa Francisco nos convida a fazermos memória. “A falta de memória histórica é um defeito grave da nossa sociedade. É a mentalidade imatura do “já ultrapassado”. Conhecer e ser capaz de tomar posição perante os acontecimentos passados é a única possibilidade de construir um futuro que tenha sentido. Não se pode educar sem Memória (n. 193).”
Esta memória histórica dos 90 anos do Seminário de Azambuja quer ser justamente isso: um fundamento para o futuro pontilhado de esperança para a formação presbiteral da Arquidiocese de Florianópolis e – neste momento – também Diocese de Tubarão. Não comemoramos nove décadas de um grande prédio construído. O Seminário não é, primeiramente, um local, um prédio. São pessoas que vivem em uma comunidade em processo que chamamos “formativo” e que querem uma configuração decididamente íntima com o Senhor Jesus, que chamou jovens para servi-lo nos caminhos da fé e do amor, na vida da Igreja.
Toda comunidade verdadeira, como deve ser um seminário – e também uma família – é lenta, por isso, consistente e amadurecida, verdadeira e realizadora. O Seminário de Azambuja quer continuar a espargir luzes benfazejas sobre toda a comunidade brusquense e arquidiocesana, conclamando a todos: somos eternos seminaristas, aprendizes, formandos na escola de Jesus, que nunca se cansou de chamar colaboradores.
Parabéns, querido Seminário de Azambuja e obrigado a todos os que dele fizeram e fazem parte, nesta bonita história de 90 anos.CONTENT
Neste vale, remanso bendito, cultivamos o nosso ideal,
A sonhar este sonho infinito de beleza e de glória imortal!
Para a frente! Jesus nos convida, nas alturas esplende um altar!
A ascensão é uma luta renhida… Como é belo viver e lutar!
(Estribilho do Hino do Seminário de Azambuja)




Pe. Eder Claudio Celva
Vigário Paroquial do Santuário de Azambuja e
Vice-Reitor e Formador do Seminário de Azambuja

http://azambuja.org.br/paroquia/seminario-de-azambuja-90-anos-por-pe-eder-claudio-celva/



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