O Pe. Antônio Eising e seu auxiliar Pe. José Sundrup tinham em mente fundar e organizar uma obra em favor dos pobres e doentes. Seria uma obra assistencial e caritativa. Um Santuário de peregrinações, calculavam eles, teria que oferecer condições de enfrentar ao menos parte das despesas de construção e manutenção.
Com aprovação do Bispo adquiriram a necessária área de terra, e já em 1901 construíram uma casa de madeira, onde foram colocados os doentes: metade para os doentes em geral, metade para os doentes mentais. Princípio precário, mas único viável naquele tempo.
Em 29 de junho de 1902 foram introduzidas com muita solenidade e emoção três Irmãs da Divina Providência, enviadas para cuidar dos enfermos. O hospitalzinho, chamado também de "Santa Casa de Misericórdia", já englobava modestamente um hospital, um asilo, um orfanato e um hospício. O primeiro doente era um ancião de 83 anos, achado num paiol sem paredes, deitado em cima de palha, coberto apenas com um cobertor fininho. O Hospital de Caridade de Florianópolis ajudou com 25 camas. Não havia médicos. A Irmã Bárbara atendia os doentes, realizando inclusive pequenas cirurgias sem qualquer anestesia.
Os olhos dos padres, porém, estavam voltados para o futuro; firmavam-se na confiança em Deus, na Virgem Maria e na caridade do povo. De fato, era admirável e confortador testemunhar a boa vontade dos brusquenses e dos peregrinos. Em 1904 o Hospital contava já com 50 internados.
Mas, um novo problema ganhava consistência. A Paróquia de Brusque aumentava em população e as obras de Azambuja iam exigindo mais e mais a presença continua de um padre. Nesta emergência, a divina providencia tramava uma solução. Estavam a caminho, procedentes da Alemanha, alguns padres da Congregação do Sagrado Coração de Jesus, conhecidos pela sigla SCJ. Tendo aportado em Florianópolis, foram convidados pelo Bispo, ainda residente em Curitiba, a se estabelecerem em Brusque, assumindo a paróquia, e assim dando inicio à Congregação no Sul do Brasil. A data oficial desta mudança é 04 de outubro de 1904.
O Pe. Eising pôde agora realizar uma aspiração que inquietava há mais tempo o seu coração: entrar na Ordem dos Frades Franciscanos. Tornou-se o Frei Capistrano.
O Pe. José Sundrup obteve licença de residir em Azambuja até novas determinações do Bispo. Essa nova determinação veio, foi histórica e definiu os rumos de Azambuja.
Dom Duarte Leopoldo e Silva, criou por Decreto o "Santuário Episcopal de Nossa Senhora de Azambuja", submetendo-o diretamente à jurisdição do Governo Diocesano, inclusive "o hospital anexo e todo o território que atualmente lhe pertence, ou que para o futuro, lhe venha a pertencer, por compra ou doação, ou qualquer outro título legal..."
Na mesma data, ou seja, 1º de setembro de 1905, o Bispo nomeou o 1o Administrador de Azambuja na pessoa do Pe. Gabriel Lux SCJ, homem zeloso, competente e de larga visão. O Pe. José Sundrup passou a residir e trabalhar em Joinville até 1917; depois em Rezende - RJ - onde faleceu em 1951.
A fase de administração do Pe. Gabriel Lux, SCJ, experimentou grande progresso. Cedo ele sentiu a necessidade de ampliar o hospital ou empreender uma nova construção, alternativa esta preferida pelo Bispo.
O Pe. Lux não perdeu tempo; já em 1905 lançou-se a levantar um prédio de alvenaria. É o que hoje abriga o "Museu Dom Joaquim". O Hospital antigo ficaria reservado para asilo de velhinhos e aleijados. Prossegue a nova construção com muitas dificuldades; por um lado, a extrema pobreza do povo, por outro lado, a obra era considerada avançada para aquele tempo.
Mesmo assim, e desta vez com um auxílio de 25 contos do Governo, deu-se começo em 1909, à construção do hospício de alienados. Com tais obras, o Pe. Lux pretendia racionalizar o atendimento aos doentes: um pavilhão para asilo, outro para enfermos em geral, e um terceiro para dementes.
Entrementes, em 1908, Santa Catarina passara a ser Diocese, desmembrada de Curitiba, sendo eleito para seu 1o Bispo Dom João Becker. Este visitou Azambuja em 1909 e 1911. Manifestou, nessa ocasião, grande admiração pelas obras em andamento neste pequeno recanto e já com fama de sagrado.
O novo Hospital, com 2/3 da construção pronto, foi inaugurado em 1911. No ano anterior, o número de pessoas internadas somou: 330 no hospital, 22 no asilo e 8 no hospício. Por volta de 1915 chegou o Dr. Melcopp, o 1o médico a trabalhar em Azambuja.
Com 14 anos de administração, o Pe. Gabriel Lux deixou Azambuja em 1919, tendo ficado gravado para sempre aqui o rastro de sua passagem. Faleceu em Vargem do Cedro em 1943.
Não obstante as boas obras implantadas, o destino de Azambuja não estava ainda definitivamente selado. Desde 1915, quando Dom Joaquim Domingues de Oliveira, 2º Bispo de Santa Catarina, visitara Azambuja, estava no ar a idéia de abrir aqui um Seminário para a formação inicial do futuro clero da Diocese. Esta decisão saiu em 1927. Uma providência, sem dúvida, mas também um transtorno. Uma parte do hospital foi ocupado para o alojamento dos seminaristas e funcionamento do Seminário. Será este um assunto de outro capítulo. É claro que o Hospital saiu prejudicado; por isso, já no ano seguinte planejava-se concretamente a edificação de um outro hospital. Contudo, antes de mais nada, a nova direção de Azambuja tratou de completar o prédio do Pe. Lux, acrescentando a ala que faltava do lado direito para quem entra na casa. Com mais espaço foi possível levar adiante as duas instituições até 1936, quando pôde ser inaugurada a 1a ala do atual Hospital que, em atenção aos substanciais auxílios recebidos do Cônsul Carlos Renaux, recebeu o nome de: "Hospital Arquidiocesano Cônsul Carlos Renaux". A 2ª ala foi inaugurada em 1964 e a 3ª em 1990. Sob a administração do Pe. Nélio Roberto Schwanke, desde 1984, o Hospital tomou grande incremento. Conta com mais de 200 leitos, um Corpo Clinico de mais de 30 médicos, com diversas Clínicas: médica, cirúrgica, obstétrica, pediátrica e psiquiátrica; com especialidade em: cardiologia, urologia, ginecologia, oftalmologia, otorrinolaringologia, ortopedia, pediatria, dermatologia, endocrinologia, neurologia e doenças infecciosas; com serviços de radiologia, ultrassom e fisioterapia; com serviço de som em todas as salas e quartos, e com mesa telefônica computadorizada.
Monsenhor Guilherme Kleine
1951-1972
Padre Albano Kohler
1972-1984
Padre Nildo Dubiella
2006
Com aprovação do Bispo adquiriram a necessária área de terra, e já em 1901 construíram uma casa de madeira, onde foram colocados os doentes: metade para os doentes em geral, metade para os doentes mentais. Princípio precário, mas único viável naquele tempo.
Em 29 de junho de 1902 foram introduzidas com muita solenidade e emoção três Irmãs da Divina Providência, enviadas para cuidar dos enfermos. O hospitalzinho, chamado também de "Santa Casa de Misericórdia", já englobava modestamente um hospital, um asilo, um orfanato e um hospício. O primeiro doente era um ancião de 83 anos, achado num paiol sem paredes, deitado em cima de palha, coberto apenas com um cobertor fininho. O Hospital de Caridade de Florianópolis ajudou com 25 camas. Não havia médicos. A Irmã Bárbara atendia os doentes, realizando inclusive pequenas cirurgias sem qualquer anestesia.
Os olhos dos padres, porém, estavam voltados para o futuro; firmavam-se na confiança em Deus, na Virgem Maria e na caridade do povo. De fato, era admirável e confortador testemunhar a boa vontade dos brusquenses e dos peregrinos. Em 1904 o Hospital contava já com 50 internados.
Mas, um novo problema ganhava consistência. A Paróquia de Brusque aumentava em população e as obras de Azambuja iam exigindo mais e mais a presença continua de um padre. Nesta emergência, a divina providencia tramava uma solução. Estavam a caminho, procedentes da Alemanha, alguns padres da Congregação do Sagrado Coração de Jesus, conhecidos pela sigla SCJ. Tendo aportado em Florianópolis, foram convidados pelo Bispo, ainda residente em Curitiba, a se estabelecerem em Brusque, assumindo a paróquia, e assim dando inicio à Congregação no Sul do Brasil. A data oficial desta mudança é 04 de outubro de 1904.
O Pe. Eising pôde agora realizar uma aspiração que inquietava há mais tempo o seu coração: entrar na Ordem dos Frades Franciscanos. Tornou-se o Frei Capistrano.
O Pe. José Sundrup obteve licença de residir em Azambuja até novas determinações do Bispo. Essa nova determinação veio, foi histórica e definiu os rumos de Azambuja.
Dom Duarte Leopoldo e Silva, criou por Decreto o "Santuário Episcopal de Nossa Senhora de Azambuja", submetendo-o diretamente à jurisdição do Governo Diocesano, inclusive "o hospital anexo e todo o território que atualmente lhe pertence, ou que para o futuro, lhe venha a pertencer, por compra ou doação, ou qualquer outro título legal..."
Na mesma data, ou seja, 1º de setembro de 1905, o Bispo nomeou o 1o Administrador de Azambuja na pessoa do Pe. Gabriel Lux SCJ, homem zeloso, competente e de larga visão. O Pe. José Sundrup passou a residir e trabalhar em Joinville até 1917; depois em Rezende - RJ - onde faleceu em 1951.
A fase de administração do Pe. Gabriel Lux, SCJ, experimentou grande progresso. Cedo ele sentiu a necessidade de ampliar o hospital ou empreender uma nova construção, alternativa esta preferida pelo Bispo.
O Pe. Lux não perdeu tempo; já em 1905 lançou-se a levantar um prédio de alvenaria. É o que hoje abriga o "Museu Dom Joaquim". O Hospital antigo ficaria reservado para asilo de velhinhos e aleijados. Prossegue a nova construção com muitas dificuldades; por um lado, a extrema pobreza do povo, por outro lado, a obra era considerada avançada para aquele tempo.
Mesmo assim, e desta vez com um auxílio de 25 contos do Governo, deu-se começo em 1909, à construção do hospício de alienados. Com tais obras, o Pe. Lux pretendia racionalizar o atendimento aos doentes: um pavilhão para asilo, outro para enfermos em geral, e um terceiro para dementes.
Entrementes, em 1908, Santa Catarina passara a ser Diocese, desmembrada de Curitiba, sendo eleito para seu 1o Bispo Dom João Becker. Este visitou Azambuja em 1909 e 1911. Manifestou, nessa ocasião, grande admiração pelas obras em andamento neste pequeno recanto e já com fama de sagrado.
O novo Hospital, com 2/3 da construção pronto, foi inaugurado em 1911. No ano anterior, o número de pessoas internadas somou: 330 no hospital, 22 no asilo e 8 no hospício. Por volta de 1915 chegou o Dr. Melcopp, o 1o médico a trabalhar em Azambuja.
Com 14 anos de administração, o Pe. Gabriel Lux deixou Azambuja em 1919, tendo ficado gravado para sempre aqui o rastro de sua passagem. Faleceu em Vargem do Cedro em 1943.
Não obstante as boas obras implantadas, o destino de Azambuja não estava ainda definitivamente selado. Desde 1915, quando Dom Joaquim Domingues de Oliveira, 2º Bispo de Santa Catarina, visitara Azambuja, estava no ar a idéia de abrir aqui um Seminário para a formação inicial do futuro clero da Diocese. Esta decisão saiu em 1927. Uma providência, sem dúvida, mas também um transtorno. Uma parte do hospital foi ocupado para o alojamento dos seminaristas e funcionamento do Seminário. Será este um assunto de outro capítulo. É claro que o Hospital saiu prejudicado; por isso, já no ano seguinte planejava-se concretamente a edificação de um outro hospital. Contudo, antes de mais nada, a nova direção de Azambuja tratou de completar o prédio do Pe. Lux, acrescentando a ala que faltava do lado direito para quem entra na casa. Com mais espaço foi possível levar adiante as duas instituições até 1936, quando pôde ser inaugurada a 1a ala do atual Hospital que, em atenção aos substanciais auxílios recebidos do Cônsul Carlos Renaux, recebeu o nome de: "Hospital Arquidiocesano Cônsul Carlos Renaux". A 2ª ala foi inaugurada em 1964 e a 3ª em 1990. Sob a administração do Pe. Nélio Roberto Schwanke, desde 1984, o Hospital tomou grande incremento. Conta com mais de 200 leitos, um Corpo Clinico de mais de 30 médicos, com diversas Clínicas: médica, cirúrgica, obstétrica, pediátrica e psiquiátrica; com especialidade em: cardiologia, urologia, ginecologia, oftalmologia, otorrinolaringologia, ortopedia, pediatria, dermatologia, endocrinologia, neurologia e doenças infecciosas; com serviços de radiologia, ultrassom e fisioterapia; com serviço de som em todas as salas e quartos, e com mesa telefônica computadorizada.
2012
2007
1907-2005
Irmãs da Divina Providência
1902-1999
1908
1999
Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus
A partir de 1986
2002
2005
Administradores
Padre Antônio Eising-idealizador
Padre José Sundrupp
Fundador 1902-1905
Padre Gabriel Luz SCJ
1905-1919
Monsenhor Guilherme Kleine
1951-1972
Padre Albano Kohler
1972-1984
Padre Nélio Roberto Swanke
1984-...
1984-...
Padre Nildo Dubiella
2006
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