CONHECENDO AZAMBUJA

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sábado, 21 de março de 2015

O Regato (Ribeirão) de Azambuja

Entre os muitos bens naturais de Azambuja, um que muitas vezes passa despercebido, mas é o mais importante é o regato, ou ribeirão, ou riacho ou córrego de Azambuja.
O dito curso de água vem de longe pelos caminhos da Rua Padre Antônio Eising, que se transforma em Rua Azambuja à altura das terras da Mitra de Florianópolis e vira a curva à altura da Rua Bulcão Viana rumo ao Bairro Souza Cruz até finalmente desaguar no Rio Itajaí-Mirim.
O regato esté canalizado em quase toda a extensão da Rua Azambuja e assim foi feito em 1968 quando a rua foi alargada e recebeu seu primeiro calçamento de paralelepípedos. Mas, antes, já em 1928 o regato recebeu a sua primeira intervenção pelas mãos do Reitor Padre Jaime de Barros Câmara, quando foi construída a atual gruta com a Capela dos Ex-Votos.
Em verdade  a colônia azambujana foi instalada aí justamente por causa do ribeirão, que fornecia água para toda a região. Em verdade, já há mais tempo haviam outras casas de colonos alemãos e havia até uma olaria mais ou menos onde hoje está a praça de Azambuja.
Naqueles primórdios o vale de Azambuja era estreito e pantanoso, o que causava tormentos em dias de chuva...
O Regato de Azambuja (que inclusive deu o primeiro nome da colônia: Caminho do Ribeirão) tem várias fontes na sua longa extensão. Uma delas fica onde hoje é a atual gruta com a Capela dos Ex-Votos. A esta fonte iam os colonos pegar água e aí construíram a primeira ermida dedicada à "Madonna de Caravaggio" em 1885. como já dito, em 1928 a ermida deu lugar à  atual gruta com a Capela dos Ex-Votos, segundo ideia do Reitor Jaime. Com essa construção, além de se ter feito um aterramento do pântano na região das obras da Mitra, também se canalizou uma parte do Regato de Azambuja, com canos de ferro, que são os mesmos até hoje (daí o sabor "ferroso" da abençoada água da Gruta de Azambuja!). Pelas fotos de épocas anteriores parece que parte do córrego já havia sido canalizado, paras as construções hospitalares, mas não há certeza.
Infelizmente, com a pouca conscientização da população, o Regato de Azambuja está bastante polúido, o que é facilmente perceptível nos locais em que ele corre descoberto, principalmente à altura da Rua Bulcão Viana. Seria deveras necessária a recuperação total da pureza de tão importante curso de água brusquense.


Abaixo: Representações artísticas da Primeira Ermida de Azambuja com a Fonte de Água




 1907


 1915: à frente da Segunda Igreja (Santuário) a antiga ermida e a fonte 

1928: a antiga ermida dá lugar à Capela dos Ex-Votos e à Gruta

 1957

 1962


1968: o regato inicia o ano livre e termina o ano entubado, nas obras de reformulação da Rua Azambuja











2014
Locais onde o Regato está em seu curso natural

Rua Azambuja



















Imediações da Ruas Tiradentes, Bulcão Viana e Travessa Dom Joaquim
















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Caminho do Meio ou Valata Azambuja

Conta a história, registrada pelo Pe. José Artulino Besen, que lecionava história Eclesiástica no Instituto Teológico de Santa Catarina, e autor do livro “Azambuja 100 anos do Santuário”, que:

As famílias vindas do distrito de Treviglio (Itália), no dia 22 de outubro de 1875, para emigrarem para o Brasil, depois de embarcarem em Le Havre (França), combinaram entre si que ficariam sempre unidas. Para isso levaram uma Igrejinha ou Capela em honra da “Madona de Caravaggio.”

Infelizmente, alguns não se agradaram do vale que os esperava. Diante das possibilidades, alguns optaram por outras Províncias, até mesmo pela Argentina. No entanto, nove famílias de colonos instalaram-se no vale de Azambuja, a saber: as famílias de Pietro Colzani, Girolamo Tomasini, Angelo Colzani, Paolo Benaglio, Angelo Bosco, Francesco Leoni, Carlo Franziosi, Dalmazio Paoli e Antoni Vanolli.

Em maio de 1876, esses colonos receberam 16 lotes coloniais, ao longo do ribeirão Azambuja, terras que se situavam a três quilômetros da sede da Colônia, num vale conhecido na época como Caminho do Ribeirão, também chamado Caminho do Meio, e mais tarde, denominada Valata Azambuja (provavelmente em homenagem ao diretor do departamento de terras, Conselheiro Bernardo Augusto Nascentes d’Azambuja).
Vista de Azambuja em meados de 1950.
Fonte: Museu e Arquivo Histórico do Vale do Itajaí-Mirim
Besen, afirma ainda que “com a construção do Hospital e Hospício (1907-1911), fizeram-se muitos aterros, cobrindo-se boa parte dos pântanos que ocupavam as terras”1. Talvez a lembrança mais marcante de Azambuja, é sua famosa festa, ansiosamente aguardada pelo inusitado movimento que trazia à cidade. Ao visitar o site, que descreve o complexo de Azambuja, percebemos que:

“Uma comunidade de fé, um centro de peregrinação (Santuário – Gruta – Morro do Rosário), um espaço cultural (Museu), um centro de formação e educação (Seminário), uma valorização da terceira idade (Asilo) e um trabalho permanente em favor da vida (Hospital). A primeira festa de Nossa Senhora de Azambuja aconteceu no ano de 1900. A festa é celebrada todos os anos no 3º Domingo de agosto, desde o ano de 1985,  com a devida anuência da Santa Sé, de Roma e também devido à lei dos feriados em todo o Brasil, que retirou o dia 15 como feriado. No entanto, para muitos cristãos católicos a data oficial, continua sendo 15 de agosto”.

http://prefeitura.brusque.sc.gov.br/web/historia_p05.php

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